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terça-feira, 15 de outubro de 2013

RESENHA – Daft Punk – Random Access Memories

daft-punk-featuring-pharrell-neil-rodgers-get-lucky DAFT PUNK – Random Access Memories – ELECTRO POP/ EDM/FUNK
9
Daft Punk mistura passado e futuro de forma grandiosa
Por Matheus Rodrigues
Fazia tempo que não viamos um hype tão grande como o criado pelo trabalho novo de Daft Punk. Mas fazia tempo mesmo. Talvez o último álbum que ouvi com um hype grandioso foi Born This Way, de Lady Gaga, em 2012. É até estranho porque os dois tem uma coisa em comum: este mesmo hype. E foi o dos mais criativos
Daft Punk fez uma aliança com sua gravadora para promover o álbum “como antigamente”, ou seja, divulgando pouquíssimos detalhes do álbum. No dia 2 de março, um enigmático vídeo da dupla foi enviado ao Saturday Night Live, programa de televisão tradicional dos Estudos Unidos. No vídeo, fica claro de que o Daft Punk está vindo com álbum novo por conta da música de fundo, que era, até então, a não-lançada Get Lucky.
Após o lançamento de “Get Lucky”, primeiro single do álbum, em 19 de abril de abril, a expectativa pelo novo trabalho da dupla ficou maior ainda, visto que a música alcançou êxito comercial e crítico. Aproximadamente depois de um mês estava lançado o álbum mais aguardado de 2013 e pra você entender melhor o álbum e sua essência, fiz um faixa-a-faixa do “Random Access Memories”. E isso é bem atípico aqui no Laboratório Mainstream, mas este álbum é bastante grandioso pra entrar na fórmula de sempre.
Faixa-a-faixa do Random Access Memories
1 – Give Life Back To Music: quer abertura melhor? A intro da música faz parecer que o Daft Punk está com seu arsenal todo pronto para batalhar durante o álbum todo, contando com a participação da guitarra de Nile Rodgers e muito vocoder.
2 – The Game Of Love: essa faixa quebra a vibe da música anterior. É uma balada um tanto insossa, e um tanto criativa, percebendo que dois robôs estão comentando sobre o amor.
3 – Giorgio by Moroder: uma das melhores músicas do álbum e a mais criativa do RAM. A faixa conta com um monólogo de Giorgio Moroder, o pai da disco music contando o início da sua carreira fazendo ode á liberdade musical, seguido por um instrumental sofisticado e muito bem orquestrado. Emocionante.
4 – Within: nesta faixa, há um conflito entre os vocais atingidos pelo vocoder com o piano. Separada, esta faixa não tem relevância nenhuma, porém, quando unida ao conceito do álbum, soa natural.
5 – Instant Crush: a participação inesperada de Julian Casablancas resultou em uma ótima faixa, mas sem potencial para virar single. Depois de “One Way Trigger”, aonde  Casablancas aparecer não trará surpresa alguma. Destaque para o solo de guitarra.
6 – Lose Yourself To Dance: a mistura de disco com funk somada a deliciosa guitarra de Nile Rogers e os vocais de Pharrell Wlliams resultou em uma versão mais lenta e despojada de Get Lucky. Uma ótima faixa mas também não tem muito potencial comercial.
7 – Touch: é uma história. É uma música bem complexa, apesar da composição. Ela inicia caótica e permanece assim até a chegada dos vocais de Paul Williams, em que a música muda para um disco animado e novamente volta pro instrumental melancólico,que é amparado pelas vozes robóticas, até terminar em verso cantado emocionalmente por Williams. Uma das melhores e mais criativas faixas do álbum.
8 – Get Lucky : é o evidente e mais eficiente carro-chefe possível para este álbum. Ela está totalmente ligada á  6° faixa, seja pelos componentes da canção ou pelas semelhanças dos elementos musicais. Uma das melhores faixas do Daft Punk.
9 – Beyond: esta faixa começa de modo orquestral e grandioso, só que acaba caindo mais uma faixa com influências fortes do funk e outras leves do disco acompanhado dos vocais robóticos da dupla. É uma boa faixa e é ótima pra quem quer relaxar.
10 – Motherboard:  uma faixa ótima, pois é totalmente instrumental e harmoniosa. A essa altura já ficou bem claro de que o Daft Punk não está dando bola pra músicas futurísticas. A música brinca com a sua imaginação, já que foi feita milimetricamente.
11 – Fragments Of Time: aqui está o ponto crucial do álbum. Com os vocais de Todd Edwards e as bases inspiradas no soul e no funk (novamente), o resultado é uma das melhores faixas do álbum (quisera até do Daft Punk), que dá aula de como uma música homogênea funciona. Aqui é ponto crucial porque quando chagamos nesta canção, constatamos que o álbum é do caralho.
12 – Doin’ It Right: esta faixa tem a participação de Panda Bear, do Animal Collective. A música tem influências do urban e os vocais robóticos de Guy-Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter coexistindo harmoniosamente. Uma boa faixa.
13 – Contact: talvez seja o melhor fechamento de álbum de 2013. Uma faixa totalmente intensa, que lembra fragmentos de todos os seus álbuns anteriores. No final da música, ouve-se o som de uma televisão tocando, o que dá a ideia de que tudo isso foi só um programa, uma exibição nova, uma história nova.
“Random Access Memories” é nostálgico, divertido, imaginativo, surreal. O álbum dá a impressão de inserir diversas histórias em 13 músicas, até pelo seu nome auto-explicativo.
O álbum é fortíssimo, tem relevância, mas não apresenta fatores pra se colocar na posição de um álbum histórico (como o “Homework”). Porém, com toda a certeza, ele já se insere entre os melhores desta década. Daft Punk quis trazer uma sonoridade mais orgânica e ‘humana’ ao novo trabalho visto que existem  duas coisas que os ouvintes e o público em geral amam: a novidade (modernizando o passado) e a qualidade (álbum com gastos milionários). Pois bem, aqui você tem as duas coisas e um pouco mais. Parabéns aos robôs.
Postada originalmente em  31 de maio de 2013 por Matheus Rodrigues

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